segunda-feira, 16 de abril de 2012

Reunindo os Vingadores: Relembrando Homem de Ferro 2


Como diria Harvey Dent, os filmes, assim como a máfia, sempre te dão segundas chances.E desde seu lançamento e recepção dividida entre os fãs (o que não impediu de lucrar mais que o primeiro filme) há muitas opiniões acerca do filme, opinião antes das quais até eu, que já tinha escrito na época quando saiu o filme, hoje em dia tenho certas dúvidas.Então decidi reescrever sobre o filme pra responder a básica pergunta: Homem de Ferro 2 realmente presta?



Bem pra começar, vamos a história: 6 meses depois dos acontecimentos do primeiro filme, vemos Tony Stark (Robert Downey Jr.) vivendo mais do que nunca sua vida alucinada, especialmente com o anuncio de que ele era o Homem de Ferro, gerando resultados que afetam desde a política, com o abrandamento de ameaças externas devido ao poder da roupa e pelas tentativas fracassadas de replicar/possuir a força a tecnologia dos Marks a força, até mesmo a tecnologia, com a abertura da feira tecnológica Stark Expo, iniciada anteriormente por seu pai, Howard Stark (John Slattery).


O problemas começam quando lentamente o paládio da bateria peitoral de Tony o começa a envenenar pouco a pouco, e o misterioso Ivan Vanko (Mickey Rourke) surge com uma réplica do mini-reator ark, durante um ataque no GP de Monâco, atraiando a atenção do rival de negócios de Tony, Justin Hammer (Sam Rockwell), que vê ali oportunidade de melhorar seus mechas, sem perceber que está sendo manipulado pelo misterioso russo que tem acertos pessoais contra a família Stark.


O filme foi baseado em duas grandes histórias: a primeira é a Guerra das Armaduras, onde vários vilões do Homem de ferro e do universo marvel tem acesso a tecnologia do personagem, e Tony Stark (com a Silver Centurion, que aparece no filme) e James Rhodes (que já tinha usado a armadura do Homem de Ferro várias vezes, mas que dessa vez chega com a War Machine) tentar recuperar a tecnologia de volta, sendo que um dos vilões dessa saga é Justin Hammer, com sua versão original bem diferente da versão do filme.Outra história que de certa maneira foi transposta para o filme foi "O Demônio da Garrafa", provavelmente a mais cultuada história do personagem.Porém, eles deram um toque "Ultimate" a trama original, sendo a doença, não a bebida, que faz Tony se jogar no fundo do poço e ser inconsequente com as pessoas que gosta e sua responsabilidade em ser o Homem de Ferro.


A mudança mais importante é de como o filme é mostrado para o publico.Se no primeiro temos seguindo de perto a visão de Tony aos acontecimentos, aqui boa parte dos acontecimentos tem questão de se fazerem públicos, fortemente focando no POV dos personagens, mas sim nas outras pessoas, seja o publico os as redes de televisão presentes.A figura do Homem de Ferro não se torna o centro das atenções não somente por causa da política envolvida, afinal a presença da roupa em si se tornou para nossa época algo comparado a bomba atômica no final da Segunda Guerra Mundial, com a sutil diferença que o governo não controla a roupa, o que a incomoda muito.Nesse momento a figura de James Rhodes (Don Cheadle, muito melhor que Terrence Howard no papel) se torna muito importante exatamente para (tentar) trazer essa amenização entre Stark e o governo.Mas o dilema de Rhodey é que ele está preso entre a amizade de seu amigo e suas obrigações como soldado do governo, e pegar a roupa do War Machine para si foi a maneira encontrada por ele para equilibrar a balança pros dois lados.


Mas acima de tudo, o segundo motivo que faz a atenção das pessoas se virar em direção ao Tony é que ele é um showman.Tony Stark sabe trazer o espetáculo, seja como bilhonário playboy ou super herói.Ele se tornou um produto, que pode e será vendido as pessoas, mas por causa de sua doença, passa a fazer suas excentricidades sem limites, afinal só se vive uma vez (#YOLO). Mas por estar preso em sua própria decaída, e por parte ser complicado pra ele e seu ego admitirem que não pode resolver essa situação sozinho, isso a afasta das pessoas do qual gosta, incluindo Peppet Potts (Gwyneth Paltrow), que apesar de fazer a tempos essa trabalho por Tony, agora foi oficializada como CEO das Indurstrias Stark.Potts se preocupa com Tony, mas pra ela não vale a pena se esforçar pra alguém que não quer ser salvo.


Se em IM1 é oferecido dois caminhos personoficados em forma de personagem a qual Tony pode escolher percorrer, representados na figura de Obadiah Stane e James Rhodes, aqui temos algo similar feito de maneira diferente.Se Justin Hammer quer ser Tony Stark e não consegue, Ivan Vanko já é alguém que tem uma mente em comum com Tony Stark, só não tem acesso a tecnologia necessária pra fazer seu plano acontecer.Tanto Ivan quanto Tony são resultados do que seus pais foram e do que lhes foi transmitido na infância.O tema de legado aqui é muito importante, pois no fundo Tony sabe que as possibilidades da armadura podem ser o início de algo muito melhor se não cair nas mãos erradas. Alias, apesar de completamente diferente das HQs, o Justin Hammer de Sam Rockwell consegue ser tão fantástico e divertido de assistir quanto o Stark de Dowey Jr. E Whiplash consegue ter uma ótima presença desde o começo, mas suas possibilidades são encolhidas ao longo do filme, infelizmente.


Agora uma das grandes criticas na época que saiu o filme foi em relação a como a Viuva Negra/ Natasha Romanov (Scarlett Johansson) foi retratada.Muitos reclamaram que queriam ver mais da espiã agindo como ela mesma, especialmente nas partes de mais ação, mas particularmente acho a interpretação dela formidavel,e um dos grandes pontos altos do filme.Você não consegue desvendar exatamente o que ela é, mas ao mesmo tempo você fica hipnotizado de olhar pra ela.Ela parece saber, mas na verdade a sutileza dela é completamente exagerada.Algo que deve se destacar também são os poucos momentos que, mesmo com a "máscara", ela sabe ser sutil e delicada sem necessariamente fraquejar ou revelar seu destaque. A Viuva Negra da Scar Jo é na verdade uma das mais fortes heroínas do cinema hoje em dia, e merece respeito.


Mas no fim das contas, quais seriam o problema do filme? Pra começar, as varias idéias jogadas ali dentro, que eram muito boas, não tiveram o processamento adequado para se tornar organico, tornado a aparição da S.H.I.E.L.D uma especie de "funil" para resolução dos problemas e para o bem do avanço da história.Essa é uma parte da qual faltou mais refinamento, e talvez a questão tempo seja uma das responsáveis por isso.E isso de certo modo afetou não só a maneira das pessoas de verem o filme, mas também a atuação dos atores, já que Whiplash, como vilão, tem uma boa decaída no segundo e terceiro atos (que gerou atritos entre Mickey Rouke e o diretor), e rumores logo após desmentidos que uma briga sobre a qualidade do filme entre Robert Dowey Jr e Jon Favreau foi a razão dele ter saido da direção do terceiro filme, coisa da qual também foi desmentida, já que o diretor estava mesmo afim de fazer outras coisas.


No final, como podemos, neste caso, redefinir, Homem de Ferro 2? Não é só um avanço em termos de escala, e mesmo com seus defeitos, mas também avança a história. Demonstra que Tony Stark tem muito mais a fazer e oferecer como Homem de Ferro e pavimenta bem o caminho do personagens para aquilo que será os Vingadores, e consegue ainda ser melhor que o filme que vem em seguida (estou olhando pra você, Thor). Apesar de ter melhorado os problemas do primeiro filme e ter substitúido por outros, ainda sim é um grande filme e que merece respeito.

NOTA: 8.0